terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


Linhares da Beira

Linhares da Beira

Linhares da Beira --- Pelourinho, encimado por uma Esfera Armilar e a Cruz de Cristo, motivos caracteristicos do estilo Manuelino

Linhares da Beira --- Casa da Câmara. Podem-se observar as armas reais de Dna. Maria I

Linhares da Beira

Linhares da Beira --- Casa do Judeu, onde se pode ver uma janela estilo Manuelino

Linhares da Beira --- Calçada Romana

Linhares da Beira --- Vale circundante visto do Castelo

Linhares da Beira --- Recinto interior do Castelo

Linhares da Beira--- Torre de Menagem

Linhares da Beira--- Recinto exterior do Castelo
Linhares da Beira--- Vista exterior do Castelo


Linhares da Beira--- Linhares vista do Castelo

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Linhares da Beira

Depois da visita ao Piódão, resolvemos passar e pernoitar em casa da Dna. Manuela Rolo, a minha Santa Mãe, o que para ela foi uma agradável surpresa, que pecou por a visita ser de curta duração, visto termo-nos de fazer a estrada no dia seguinte.
Após uma noite bem dormida , eis-nos perante um pequeno almoço bem á moda da Beira. Que bem nos souberam aqueles biscoitos feitos num forno a lenha.... ainda quentinhos... uma pequena, grande maravilha.
Chegada a hora da despedida, eis-nos novamente pela Estrada da Beira fora.
Próxima paragem... Linhares da Beira.
Uma centena de kms passados, deixamos a Estrada da Beira, e apanhamos uma estrada municipal, cujo piso e traçado não é dos melhores, mas o objectivo que nos determinou é superior a tudo isso. Eis-nos num vale de onde visionamos lá no alto, com toda a sua imponência e grandiosidade o Castelo de Linhares, testemunho vivo de um riquissímo passado histórico, do qual, qualquer Português se deve orgulhar.
Chegados a esta Aldeia histórica, uma das dez aldeias históricas de Portugal, a primeira visita-- o Castelo.
Um belissímo monumento que se ergue a partir de um escarpado maciço granitíco, e cuja arquitectura é essencialmente militar. É um castelo de montanha, com uma mistura de românico e gótico. Devido á sua situação beneficia assim de condições naturais de defesa, aproveitadas pela arquitectura
militar. As muralhas adaptam-se ao terreno, criando eficazes ângulos de tiro e vigia a partir do adarve.
Neste espaço fechado pelas muralhas, podemos observar dois recintos distintos:
O de maior perímetro, corresponderia á alcáçova, dividido por uma muralha e cujo acesso era feito através de um porta interior, e seria um zona de carácter militar. Aqui também se localizava a Torre de Menagem entregue ao Alcaide e ultimo reduto defensivo. O segundo recinto, integrou eventualmente um núcleo populacional civil, embora seja mais provável a sua utilização como espaço para recolher pessoas e gados quando a situação de conflito a isso obrigava. Uma outra torre, situada mais a Este, completava a estrutura defensiva de Linhares.
Em tempos remotos, Linhares, foi uma vila medieval, com foral concedido por D. Afonso Henriques em 1169, que em 1855 virá a perder este estatuto de vila com a reforma administrativa liberal.
Segundo registos escritos, esta povoação foi inicialmente povoada por um povo pré-romano, o povo Túrdulo ( 500 A. C. ),mas também existem registos da passagem dos visigodos, romanos e mouros.
Depois da visita ao Castelo, e de nos podermos deleitar com as maravilhosas paisagens daí observadas, iniciámos a visita ás reliquías desta aldeia.
Começámos pela observação da Calçada Romana, que se pensa, que faria parte da grande via militar que atravessava a Serra da Estrela.
Após tudo isto, e de o estômago estar a necessitar de algo energético, fizemos uma pausa no Largo da Misericórdia, onde nos pudemos sentar e usufruir de um excelente e suculento repasto, regado por um excepcional vinho da região.
Com uma certa dose de preguiça, lá continuámos a nossa visita por estas seculares ruas.
- Vida de turista, custa.... ai se custa!!!!
No Largo da Misericórdia entrámos na Igreja, onde pudemos observar um retábulo de talha barroca, interessantes pinturas e uma preciosa bandeira de procissão, que esteve presente em 1958,na exposição Comemorativa do Nascimento da Rainha Dna. Leonor, fundadora das Misericórdias.
Ao lado da Igreja fica a velha Albergaria do séc. XII, de apoio a viajantes e peregrinos, que terá sido aumentada no séc. XVI, formando-se então o hospital.
Do outro lado do Largo da Misericórdia, fica o Solar da família Corte Real.
Com uma arquitectura barroca da 2ª metade do séc. XVIII, a fachada é enquadrada por pilastras, nela abrindo-se um número regular e simétrico de janelas.
Num edificio, penso que será um Solar, podemos observar duas janelas em estilo Manuelino.
Entramos então na Rua Direita, onde observamos portais de arestas biseladas e janelas Manuelinas, séc. XVI, em solares que testemunham a grandeza desse séc. de ouro, tão fortemente marcado em Linhares.
Continuando a descer por estas empedradas, mas bem tratadas e limpas ruas, eis que chegamos à Praça, maravilhoso local, com um valiosissimo património histórico. Nela podemos ver um conjunto de memórias: o Pelourinho Manuelino, que assinalava um dos poderes consignados no foral: "o exercicío da Justiça". A coroar o Pelourinho uma ornamentação héraldica, a Esfera Armilar e a Cruz de Cristo, simbolos de D. Manuel. O forúm, que foi tribuna para assento dos homens bons do concelho e que, mais recentemente foi chamada a Casa da Câmara. Na fachada principal, toda em granito com poucos vãos, sobressaem os poderosos cunhais e a cornija a enquadrá-la, abrindo-se ao centro o portal e a janela de sacada, por cima as armas reais de Dna. Maria I ( séc. XVIII ). O interior, parte de um átrio lajeado, de onde parte uma escadaria de acesso ao piso superior. No piso térreo existiu, conforme o hábito da época, a cadeia.
A seguir vem o Solar Brandão de Melo, com uma arquitectura de influência neoclássica do séc. XIX, logo a seguir a Capela dos Passos.
Existe também um solar de grande importância, o Solar Pina Aragão, do séc. XVIII/ XIX de influência barroca na composição da fachada principal.
A população de Linhares da Beira infelizmente é escassa, como acontece em todas as aldeias, vive em função do que a terra lhes dá e da pastoricia. Os mais novos abandonam a povoação, procurando ganhar a vida noutras paragens, ficando os idosos e alguns menos idosos, que a saudade obriga a regressar.
E eis que chegamos ao fim do dia, retomando a estrada para Norte, onde pernoitaremos num local ainda desconhecido.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Piódão

Piódão

Piódão


Piódão

Piódão

Piódão


Piódão


Piódão--- Podem-se visionar as portas e frisos das janelas pintados de azul forte
Piódão-- Vista Panorâmica

Piódão ( Aldeia Presépio )

A Serra e os Caminhos---- Por entre caminhos e veredas, hoje estradas, atravessando ou ladeando a Serra do Açor e de tal forma deslumbrados com a paisagem, que nos esquecemos dos precipícios que acompanham a estrada que sai de Arganil, são 40 kms de sucessivas surpresas que terminam numa das mais antigas aldeias serranas de Portugal, o Piódão.
Descendo a Serra da Estrela para se unir á Lousã, por entre o rio Alva e o rio Ceira, a Serra do Açor integra-se na cadeia montanhosa que corta Portugal transversalmente, estabelecendo o limite das serranias de altitudes elevadas que contrastam com as aplanadas orografias do Sul:
O Picoto do Piódão, é o ponto mais elevado, que atinge os 1400m de altitude.
Situada na vertente norte da Serra do Açor, a Paisagem Protegida da Serra do Açor, ocupa uma área de 346ha e integra a Mata da Margaraça-- Reserva Natural-- e a Fraga da Pena-- Reserva de Recreio. Na Fraga da Pena, a vegetação torna-se mais densa, e também nos podemos regalar com as quedas de água limpída e fresquíssima, como também pequenas lagoas que vão surgindo á medida que subimos os penhascos, onde podemos ver rusticos bancos e mesas que nos convidam a um bom repasto.
Num vale perdido da Serra do Açor, deslumbramo-nos com a Mata da Margaraça, mata verde e densa, sempre húmida,, relembra as florestas primitivas que durante séculos cobriam as serranias do Centro.
A Mata da Margaraça, constitui um raro testemunho da vegetação espontânea da paisagem serrana e uma importante reserva genética de vegetação e animais selvagens.
Um bosque onde predominam os carvalhos, castanheiros, cerejeiras bravas, azevinhos, avelaneiras, e muitos outros arbustos. Quanto á fauna podem-se ver cucos, doninhas, raposas, javalis. O açor, que dá o nome á Serra, ainda paira nos céus, assim como o gavião e a águia de asa redonda.

A Aldeia e a Arquitectura---- Subindo pela escarpa abrupta em forma de anfiteatro, humildemente entalhada na paisagem que a envolve, a aldeia do Piódão mantém ainda o traçado antigo e irregular, tão caracteristíco das aldeias medievais.
Ruas estreitas e sinuosas abrem-se aqui e além em recantos diversificados. Vemos o chão de xisto, e ao fundo ouvem-se as águas da ribeira do Piódão, entrecruzadas pelo cristalino chilrear da passarada. Esbarramos então o olhar, nas paredes escuras do casario para enfim se elevar pela montanha que o domina, até ao cume quase coberto pelas nuvéns.
No chão, nas paredes das casas, e nas lousas que lhes servem de cobertura, o xisto impera por toda a aldeia, contrastando com o azul forte das portas e dos frisos das janelas.
A unidade da cor é explicada como consequência do isolamento a que o Piódão esteve sujeito, pois a loja do Piódão só vendia tinta de uma só cor, tal era a inacessibilidade do lugar.
O interior das casas era geralmente dividido em dois pisos: em baixo um piso amplo, a loja, destinado a guardar os produtos de uma agricultura de subsistência; em cima, a madeira de castanho formava as divisões que constituiam a habitação da familia.
Por cima das portas vêem-se algumas pequenas cruzes, diz-se, que são para afastar a trovoada. No Domingo de Ramos os fiéis levam um ramo de oliveira para benzer e, nas noites de tempestade, fazem com ele uma cruz que é posta em cima das brasas da lareira ou na porta principal, invocando assim á proteção de Santa Bárbara para afastar a trovoada.`
Á noite, quando os candeeiros imanam a sua luz suave e amarelicida, toda a aldeia parece transformar-se num presépio iluminado e vivo, merecendo a designação de Aldeia Presépio.
O casario desce de socalco em socalco ao sabor do monte, terminando assim numa vasta praça, onde se situa a Igreja Matriz. É provável que a primitiva igreja date do séc. XVII, mas no final do séc. XIX a fachada da Igreja Matriz ameaçava ruir e foi reconstruída num estilo neo-barroco, por iniciativa do cónego Manuel Fernandes Nogueira.
As quatro torres cilindricas rematadas em cones parecem dar movimento á frontaria, enquanto a torre sineira, de planta quadrada, se encosta a meio da fachada lateral da Igreja.

A Natureza e o Homem---- Há muitos séculos que as verdes pastagens da Serra do Açor atraiam grupos de pastores que para aí levavam os seus rebanhos.
Diz-se que esses pastores seriam os Lusitanos, hábeis criadores de cavalos que povoavam os Montes Hermínios ( Serra da Estrela ).
Ao longo dos tempos as populações foram criando condições para a sua subsistência, conquistando á Serra cada pedaço de terreno cultivado em socalcos. A agricultura, pastoricia e a apicultura, são as principais actividades destas populações.
Próximo do Piódão, passava a antiga estrada real que ligava Coimbra á Covilhã por onde circulavam caravanas de carros de bois que traziam do litoral o peixe e o sal para levarem no regresso a carne, o queijo e os lanificíos destas terras do interior.
Devido á sua interiorização e escondida na Serra do Açor, o Piódão, foi considerado, desde tempos remotos, como o local de eleição para refugio de muitos foragidos da justiça. Por aqui, se terá refugiado o fidalgo Diogo Lopes Pacheco, o único dos assassinos de Dna, Inês de Castro, que conseguiu escapar á fúria de D. Pedro. Por aqui também passaram outros foragidos e salteadores , tais como João Brandão, José do Telhado.
Só na década de 70 é que o Piódão se torna acessivel ao resto do mundo, com a abertura da estrada até á Aldeia em 1972, e a instalação de energia eléctrica em 1978.
Até aquela altura, a única estrada existente terminava a cerca de 12kms do Piódão, e esta distância só podia ser percorrida a pé.
Por todo o povoado nasce agora uma sensação de vazio: a estrada que lhes trouxe o conforto dos tempos modernos, quebra-lhes a solidariedade e a vontade, tira-lhes o destino das mãos e leva-lhes para longe os filhos da terra. Ficam os mais velhos trabalhando os socalcos de terra pouco profunda onde a máquina não pode trabalhar.
E fica também, o sabor da chanfana, do cabrito assado ou do presunto e a aguardente de mel ou de medronho.



Apoio--- Bibliografia---- Aldeias Históricas Portuguesas

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Mondeguinho ( Serra da Estrela )

Mondeguinho ( Serra da Estrela )


Mondeguinho--- Local onde nasce o rio Mondego, o mais importante dos rios exclusivamente portugueses.
Nasce no Corgo das Mós, na Serra da Estrela, a 1425m de altitude. Rio que banha a cidade de Coimbra e vai desaguar no oceano Atlântico, na Figueira da Foz, depois de um percurso de 227 kms. Os seus principais afluentes são:
Na margem direita: o Rio Dão
Na margem esquerda: o Rio Alva, o Rio Ceira e o Rio Arouca

sábado, 14 de fevereiro de 2009


Lagoa Comprida ( Serra da Estrela )

Lagoa Comprida ( Serra da Estrela )

Lagoa Escura ( Serra da Estrela )
Lagoa Escura ( Serra da Estrela )

Maciço granitico onde está esculpida a imagem da Senhora dos Pastorinhos
( Serra da Estrela )


Senhora dos Pastorinhos ( Serra da Estrela )--- A imagem da Senhora dos Pastorinhos esculpida na própria rocha

A razão deste blogue:



Este blogue foi criado por dois amantes das lides informáticas, Mário Rolo e Tila Rolo, com o intuito de mostrar e provar documentalmente que este país " não é só um cantinho á beira mar plantado", mas um país caracterizado pela sua diversidade paisagistica, linguística, cultural, gastronómica. São estes os Caminhos que nos levarão ao Infinito .....
Estas caracteristicas, anteriormente mencionadas, serão documentadas por fotos e textos unicamente exclusivos.
Já que nos é facilitado, gostariamos de fazer um apelo a todos os Portugueses:
VISITEM PORTUGAL ...... depois, se tiverem disponibilidade, visitem o estrangeiro, ok?
Não podemos, desde já, deixar de mostrar o nosso mais profundo agradecimento, por todos aqueles que queiram participar neste blogue.
Bem hajam.